(Vovó Dolores conta um segredo à neta Bruna)
Cena 29. Casa da Vovó Dolores. (Dia seguinte à praia).
Bruna: Vovó Dolores?
Vovó Dolores: O que foi minha neta?
Bruna: Aquele homem não sabe mesmo que estamos morando aqui né?
Vovó Dolores: Não filha, ele não vai me perseguir mais. Para ele eu ainda moro no interior. Eu pedi para nossos vizinhos falarem que eu havia morrido e ele nem sabe mais onde eu moro, pois para ele eu estou morta e muito bem enterrada.
Bruna: É que eu fico preocupada com a senhora. Que segredo é esse que a senhora sabe sobre ele?
Vovó Dolores: Eu não posso revelar. Você estaria correndo um grande risco.
Bruna: A senhora pode falar, vovó. Eu nem sei mesmo quem é esse homem. Eu só sei o que a senhora sempre me contou que ele namorava uma amiga sua há muitos anos atrás e que quando ela engravidou, ele já estava de casamento marcado com outra e queria que ela tirasse a criança.
Vovó Dolores: Sim filha! Ele era rico e não podia casar-se com uma mulher pobre, mas mesmo assim essa minha amiga teve o bebê, um menino lindo.
Bruna: E o pai da criança?
Vovó Dolores: Esse sumiu por um tempo e depois voltou e descobriu que ela não tinha feito o aborto e que queria dizer para a mulher dele que tinha um filho dele. E por ela querer colocá-lo contra a parede aconteceu uma tragédia.
Bruna: Conta-me mais, vai vovó.
Vovó Dolores: Ele havia tido uma filha e não queria estragar sua vida com a mulher que era rica e muito poderosa. Então ele fingiu que ia assumir o filho com essa minha amiga, mas era tudo mentira. Um dia ele a levou para viajar e nunca mais a vimos e o bebê ficou aqui com essa vizinha que me contou a história.
Bruna: Que triste! Mais depois de tantos anos ninguém nunca soube dela mesmo?
Vovó Dolores: Não filha! Depois acharam um corpo de mulher morta num desses motéis baratos e era o corpo dela, fizeram a necropsia e comprovaram que era ela e que tinha sido envenenada. Mas não descobriu quem a envenenou, mas nós sabemos que foi ele, mas nunca foi comprovado nada e o caso foi arquivado.
Bruna: E a senhora sabe onde está o bebê? Ele agora já deve ser um rapaz.
Vovó Dolores: Eu conheci o bebê ainda recém- nascido, quem eu conhecia mesmo era só a mãe dele e essa vizinha que cuidou do bebê e me contou toda a história em seu leito de morte, o pai dele também eu o via quando ele aparecia lá no interior, um homem chique, arrogante e muito mal. Depois que essa vizinha morreu ele apareceu lá e como eu era muito amiga dela fiquei na mira dele. Mas aqui na cidade grande vai ser difícil dele me achar e tentar fazer algum mal pra mim, mas se ele aparecer eu o coloco para correr a poder de vassouradas. (Risos).
Bruna: Essa história é parecida com a de um amigo meu. Qualquer dia o vou trazer ele aqui pra senhora o conhecer.
Vovó Dolores: Traga sim minha netinha linda! Eu te amo e se alguma coisa me acontecer eu quero que você tome cuidado, pois esse homem é o diabo na terra.
Bruna: Eu também te amo vovó, mas pode ficar sossegada que nada de mal vai te acontecer. Eu vou protegê-la seja como for.
Cena 30. Miranda e Bárbara no Shopping Key tomando sorvete (À tarde).
Bárbara: Eu sei que você me disse que está mesmo gostando do Juan, mas como você vai fazer para ficar com ele?
Miranda: Eu não sei primeiro porque ele me acha uma patricinha e segundo, meus pais jamais aceitariam que eu me relacionasse com alguém da classe dele.
Bárbara: Eu não queria estar na sua pele por nada.
Miranda: Mas eu vou arrumar um jeito e vou lutar por esse amor. É o primeiro amor da minha vida e sei que será o último.
Bárbara: Ainda bem que eu e o Fernando nos curtimos, mas não tem essa de amor sabe? Querer ficar o tempo todo um do lado do outro. Nossa relação é mais pele.
Miranda: É amiga! Eu estou realmente apaixonada por ele.
Cena 31. Alonso e Juan trabalhando como entregador de folhetos. (Na saída do Shopping).
Alonso: Cara! Esses nossos bicos não estão rendendo não, nem na oficina eu estou tirando um bom lucro. Temos que arrumar um serviço que paga mais.
Juan: Eu fiz um curso de segurança e tenho também o diploma de professor de teatro. Você tem algum curso?
Alonso: Eu tenho só tenho de mecânico mesmo.
Juan: Eu estava pensando em a gente espalhar nossos currículos por aí? O que você acha?
Alonso: É uma excelente ideia. Que tal deixarmos alguns aqui no shopping?
Juan: Se eu não me esbarrar com o dono pra mim está valendo.
Alonso: Ok. Quem sabe não temos sorte e começamos a trabalhar aqui e ganhar bem.
Juan (Narrando) Eu e o Alonso começamos a andar pelo shopping entregando os folhetos, algumas pessoas pegavam outras nem olhavam em nosso rosto. Depois a Bruna chegou atrasada e se juntou a nós.
Juan: Eu pensei que você não ia vir.
Bruna: Desculpa gente. Eu estava conversando com minha vozinha e me atrasei, mas eu não poderia deixar de vir, essa grana é para eu ajudar minha avó em casa.
Alonso: Manda um beijo pra sua vozinha. E quando você vai nos levar para conhecê-la?
Bruna: Quando vocês quiserem, eu até comentei com ela hoje. E ela me contou uma história, Alonso! Muito parecida com a sua.
Alonso: É mesmo? Agora eu fiquei curioso. Quero ir lá o mais rápido possível.
Juan: Vamos acabar de entregar esses folhetos que ainda tem bastante.
Cena 32. Miranda deixa Bárbara sentada tomando sorvete e sai para ir ao banheiro. (Shopping).
Miranda: Eu vou ao banheiro e já volto.
Bárbara: Vai lá.
Miranda (Narrando) Eu fui ao banheiro e fiz o que tinha pra fazer e voltando de cabeça baixa e distraída dei um esbarrão no Juan. Nossos olhos se fixaram um no outro e ficamos parados no meio do shopping nos olhando.
Miranda: Desculpa!
Juan: Não foi nada a culpa foi minha eu estava distraído e nem percebi que você vinha em minha direção.
Miranda: Você está bem?
Juan: Sim eu estou muito bem e você?
Miranda: Eu queria te esclarecer uma coisa.
Juan: Miranda! Eu acho melhor você não falar nada. Sempre quando nos encontramos acontece alguma ofensa e acabamos brigando e eu não quero brigar.
Miranda: Você tem razão. (Sorrir).
Juan: Eu posso te fazer uma pergunta?
Miranda: Pode.
Juan: Aquele rapaz da praia é o seu namorado?
Miranda: Não é... (Uma voz a chama e se aproxima).
Micaela: Minha filha? O que você faz aqui e com esse rapaz?
Miranda: Mãe?! Eu estava pegando um folheto com ele é só isso. (Sem jeito e com o rosto avermelhado).
Juan: É isso mesmo senhora, ela só estava pegando um folheto comigo. (Decepcionado).
Micaela: Mais você não precisa ficar pegando esses tipos de folhetos por aí. Dê-me aqui deixe- me ver do que é isso. De loja de construção?
Juan: Fui eu quem lhe entreguei, eu acho que ela nem imaginava do que se tratava. Á deus Miranda. (Se retirou se sentindo mal).
Miranda: Á deus, Juan.
Micaela: Eu não quero te ver novamente com aquele pobre. Vamos embora pra casa.
Miranda: Vamos, mas antes eu tenho que chamar a Bárbara.
Micaela: Vai lá eu vou ficar te esperando no carro.
Cena 33. Juan (Em pensamento) Porque ela pelo menos não disse que era minha amiga. Eu vou desistir desse sentimento e seguir minha vida.
Bruna: Já entregamos quase tudo, já podemos ir embora agora.
Alonso: Onde você estava Juan?
Juan: Eu tinha ido entregar para aquele lado do shopping.
Bruna: Você está bem? Está com uma cara.
Juan: Eu estou com a cara de sempre.
Cena 34. Uma semana depois. (Mansão key)
Miranda e seus pais jantando.
Micaela: Falta pouco para a sua formatura. Você vai querer dá uma festa?
Miranda: Eu não me decidi ainda, mãe.
Álvaro: Mais é claro que tem que fazer uma bela festa. Não é todo dia que se forma não.
Micaela: Eu também acho que você tem sim que fazer uma festa pra comemorar essa sua conquista, filha.
Miranda: Eu já disse que ainda estou decidindo que saco. (Se retirou estressada e subiu para quarto).
Miranda (Narrando) Subi para meu quarto e me deitei, eu estava triste e decepcionada comigo mesma por mentir da última vez que estive com o Juan e não dizer que nós éramos pelo menos amigos, talvez minha mãe aceitasse nossa amizade, daí ia ficar mais fácil da gente ficar juntos. Uma semana indo e voltando da faculdade e saindo com minhas amigas e não o vi mais. Já sentia a falta dele.
Cena 35. Casa da Vovó Dolores (Ainda noite).
Bruna: Vovó eu trouxe meus amigos para a senhora conhecer.
Vovó Dolores: Oi rapazes! Entre e fique á vontade, a casa é de vocês.
Juan: Obrigado vovó Dolores!
Alonso: Olá, vovó Dolores! Como vai a senhora? A sua neta fala muito bem da senhora.
Vovó Dolores: Eu vou bem, meu filho! Essa minha neta é tudo na minha vida.
Bruna: Viram como ela é um amor.
Alonso: Então vovó, a Bruna, me contou que a senhora falou com ela sobre uma história aí e que parece com a minha.
Vovó Dolores: É meu filho contei sim, mas eu não sei se tem haver com você. Mais me conta sua infância. Quem sabe eu não possa te esclarecer alguma coisa.
Alonso (Narrando) Eu contei minha vida para a vovó Dolores e depois ela contou á história que ela sabia. E sim era mesmo a história da minha vida mais com mais detalhes e mistérios. Fiquei muito triste em saber que o homem que é meu pai é o principal suspeito de tê-la envenenado.
Bruna: Eu sinto muito Alonso dessa triste e cruel história ser a sua.
Juan: Eu também sinto, mas quero que saiba que você pode contar comigo para descobrir quem é esse homem.
Alonso: Vovó! Se a senhora o vê o reconheceria?
Vovó Dolores: Meu filho! Eu estou velha, mas não estou cega e nem caduca. É lógico que sim. Ele com certeza deve esta muito mais velho agora. Mais a face de mal dele é inconfundível.
Alonso: E a senhora não sabe nem o nome dele?
Vovó Dolores: Eu não sou cega, mas também não sou uma máquina. O nome dele eu sabia mais me esqueci. Eu só conseguirei- me quando o ver face a face.
Bruna: Isso será impossível, pois só pelas características que a senhora falou não serve.
Juan: Sei lá vai que ele seja famoso e apareça em revistas, programas de tv?
Vovó Dolores: Quase que o nome dele veio á minha memória, ai quase. Minha mente já não é mais a mesma de alguns anos atrás, meus filhos!
Bruna: Não se esforce vovó. Quando a senhora menos esperar você vai lembrar.
Alonso: A sua neta tem razão. Eu não quero que a senhora se esforce demais.
Juan: É vovó. Já está ficando tarde, nós já vamos. Boa noite Vovó Dolores.
Vovó Dolores: Vão com Deus e boa noite, meus jovens!
Bruna: Até amanhã! Oh! Amanhã temos que visitar a instituição bem cedo hein!
Juan: Não me esqueci, estaremos lá. Tchau!
Cena 36. Dia seguinte (Faculdade Leopoldo Goulart) Pela manhã.
Miranda: Eu estava pensando em faltar á faculdade e ir á instituição. O que vocês acham meninas?
Letícia: Só se você for com a Bárbara ou sozinha. Eu jamais colocaria os meus pés lá.
Bárbara: Quer saber! Eu vou com você. Vamos aproveitar que nenhum professor nos viu e ir logo.
Miranda: Sim vamos. E só espero não me emocionar.
Bárbara: Eu vou estar com você e não fica pensando nisso. Caso precise meu ombro é todos eu amiga.
Letícia: É vão logo!
Cena 37. Instituição de crianças com câncer.
Juan: Chegamos. Vocês trouxeram os brinquedos?
Bruna: Sim está tudo aqui na sacola.
Alonso: Eles vão adorar nossos presentinhos.
Juan (Narrando) Quando chegamos para visitar as crianças elas ficaram muito felizes, logo mostramos os brinquedos e dividimos entre elas. Elas começaram a brincar com bonecas, outros com carrinhos e bolas. É tudo brinquedo barato, mas elas nem se importaram.
Cena 38. Miranda e Bárbara chegam á instituição (Com brinquedos e outros mimos).
Miranda: Ainda bem que nós decidimos vir cedo. Deu tempo de comprar essas coisas para as crianças. Eu estou muito ansiosa é a primeira vez que eu venho aqui.
Bárbara: Você não precisa ficar nervosa. São crianças normais, apenas estão passando por um momento difícil e doloroso de suas vidas.
Miranda (Narrando) Eu e a Bárbara entramos e começamos a dá os presentes para as crianças, eu fiquei com os olhos cheios de lágrimas em vê-las carecas e com um semblante triste. Bárbara percebeu que eu estava emocionada e pediu a uma assistente para eu ficar numa sala vazia e eu fui.
Miranda: Bárbara você é um amor de pessoa, eu te adoro. Você é minha melhor amiga.
Bárbara: Você quer que eu vá com você?
Miranda: Não eu preciso ficar um pouco sozinha. (Começando a chorar).
Bárbara (Narrando) Miranda foi para essa sala vazia e eu continuei com as crianças e foi quando eu percebi o Juan e seus amigos. Eu me aproximei deles.
Bárbara: Oi Juan! Vocês aqui?
Juan: Olá! Você é amiga da Miranda, não é?
Bárbara: Sim sou.
Bruna: Nós quando podemos sempre aparecemos por aqui para alegrar a garotada.
Juan: E você o que faz aqui?
Bárbara: A Miranda ajuda essas crianças e hoje resolvemos vir aqui.
Alonso: Legal da parte dela.
Juan: É muito legal mesmo. Eu não imaginava que ela tinha um coração capaz de ajudar os outros.
Bárbara: Eu não entendo, a Miranda é a melhor pessoa do mundo.
Juan: Você tem certeza?
Bárbara: Eu posso falar com você em particular, Juan?
Juan: É claro. (Se afastaram).
Bárbara: Você tem essa má impressão dela por causa do envelope que ela te entregou?
Juan: Não do envelope eu acredito que talvez ela não soubesse mesmo, mas depois eu fui á faculdade me declarar pra ela e descobri uma coisa que me fez mudar de ideia. Eu me decepcionei muito com sua amiguinha.
Bárbara: Seja lá o que for é tudo mentira. Não é porque ela é minha amiga, mas ela é pura e tem um bom coração. Tanto que ela está triste aqui do lado nessa sala emocionada com o que ela viu aqui.
Juan: Será que eu me enganei e fui precipitado em julgá-la daquela maneira?
Bárbara: Vai até lá e mude isso. Eu sei que ela vai gostar de falar com você nesse momento.
Juan (Narrando) Depois da conversa esclarecedora que tive com a Bárbara não pensei duas vezes e fui até a sala onde Miranda se encontrava. Bati na porta de leve e entrei.
Será que dessa vez Juan e Miranda irão deixar o amor falar mais alto? (Continua...)
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