(Tema de abertura): Aprendiz (Malu)
Miranda (Narrando): Hoje tenho que ir mais cedo para a faculdade e me encontrar com minhas amigas, Bárbara e Letícia, temos que preparar nossa tese sobre a pobreza no Brasil. Como meus pais já haviam saído para o escritório do shopping, acabei de me arrumar e em seguida desci as escadas já com o sol acariciando meu belo e frágil rosto e peguei meu carro na garagem e segui com cautela com meu carro para a faculdade.
Cena 002. Faculdade Leopoldo Goulart.
Bárbara e Letícia esperando Miranda chegar e quando elas se viram e olham para trás observa-a já descendo do seu carro importado e com os cabelos voando contra o vento e chamando a atenção de todos para si, com seus longos cabelos loiros e exalando um doce perfume.
Letícia (Em pensamento): Bem que essa metida poderia cair de cara no chão e quebrar esse nariz empinado que ela tem, eu a odeio. Essa Miranda se acha!
Bárbara: Bom dia! Como você demorou Miranda. Nós não tínhamos marcado esse trabalho para as 6hs: 00min?
Miranda: Sim, mas o meu carro é novo e eu ainda não aprendi a lidar completamente com ele é muito difícil.
Letícia: Nossa querida! Você já trocou de carro? Outro dia mesmo você estava com aquele preto e agora já está com esse aí conversível amarelo.
Miranda: É fazer o que? Meus pais me obrigaram a aceitar, eu não tive escolhas.
Bárbara: Tudo bem, vamos deixar esse assunto de carro de lado e vamos entrar e começar nossa tese, mas eu te entendo Miranda é difícil acostumar com coisas novas e atuais. No entanto, quando você tiver algum problema com carro ou qualquer outra coisa você liga pra mim ou pra Letícia nós poderíamos ter buscado você com o nosso carro.
Letícia: É queridinha, você tem o nosso número lembra? (sorriu ironicamente).
Miranda: Letícia?
Letícia: Diga!
Miranda: Não me chama assim de queridinha, eu acho que soa mal. Transmite falsidade e eu não suporto falsidade. (Magoada com a forma de Letícia falar com ela).
Bárbara: Eu também acho. Parece que você está sendo falsa nas suas palavras.
Letícia: Desculpas. É o meu jeito, mas já que você não gosta queridinha, ai desculpas novamente, eu não irei mais falar assim com você.
Miranda: Não me leve a mau, mas nós nos conhecemos a um tempão e de uns dias pra cá que você começou a me chamar assim.
Letícia (Em pensamento e com um sorriso irônico no rosto): Nossa como eu não suporto essa garota, eu a odeio. Só porque é um pouco mais rica do que eu pensa que é a dona do mundo, mas em breve ela irá me conhecer e nunca mais irá me esquecer. Aguarde- me queridinha!
Miranda (Narrando): Depois da conversa, entramos e fomos para uma sala separada dos demais alunos para fazer nossa tese.
Cena 003. Escritório do shopping de Álvaro e Micaela.
Álvaro: Meu amor! Temos que comprar aquela casa abandonada aqui da frente para abrirmos mais uma filial da nossa empresa. (Otimista, ansioso, porém muito decidido).
Micaela: Sim meu querido. Temos que crescer cada vez mais, não por nós, mas pela nossa princesa Miranda. Ela não se interessa pelos negócios da família mais tenho certeza que logo ela irá mudar de ideia.
Álvaro: Assim eu espero sinceramente. Afinal é o último ano dela na faculdade, nem sei para que ela esta fazendo Direitos Humanos, essa garota! Não sei a quem ela puxou, adora assuntos direcionados a pobreza.
Micaela: Temos que arrumar um casamento com um bom partido para nossa filha. Aquele rapaz o Fernando é um belo partido, ele é filho daquele seu amigo Gustavo Brandão, ele deve ter a mesma idade dela ou mais velho pouca coisa e é muito lindo!
Álvaro: É os pais dele são meus amigos e o principal, são podres de ricos.
Alguém bate na porta com muita força e antes que Álvaro ou Micaela abra, Juan entra com ira no olhar e suando muito:
Álvaro: Como você ousa entrar desse jeito na minha sala?
Micaela: É meu rapaz. Como você ousa? Afinal, quem é você?
Juan: Eu sou o dono da casa aqui em frente do shopping e fiquei sabendo que vocês estão querendo comprá-la, mas já vou avisar que ela não está à venda. (Suando de raiva com a voz falha).
Micaela: Fica calmo! Nós pensamos que ela estava abandonada. (Olhando Juan de cima abaixo com desprezo).
Juan: A senhora está enganada, pois eu jamais vou vendê-la. Aquele estabelecimento é onde eu estou dando minhas aulas de teatro. E fica de alerta, não tentem armar para me tomar a casa, ela não está abandonada. Eu tenho todos os documentos. (Deu um soco na mesa e se retirou furioso).
Álvaro: Quem esse rapaz pensa que é? Ele não conhece os Key mais vai conhecer e se arrepender de ter vindo aqui com essa petulância.
Micaela: Vamos esquecer isso, já está anoitecendo, vamos para casa amanhã terminamos com isso de uma vez por todas.
Cena 004. Casa onde Juan dá suas aulas de teatro e mora. (Casa teatro) Noite.
Juan juntamente com Bruna e Alonso ensaiando uma peça sobre a indiferença social:
Juan: Vocês não estão se concentrando.
Bruna: Desculpas Juan! Mas eu te falei que eu não gosto de ensaiar à noite.
Alonso: Vamos fazer um esforço e terminar essa parte e gravar nossas falas.
Juan: Não está ruim, mas tem que ter mais sentimento entre os personagens e eu não consigo ver isso em vocês. Lembrem que vocês são um casal pobre que estão lutando para vencerem na vida.
Alonso: Nós estamos esgotados, você mora aqui, mas eu e a Bruna vamos ter que ir embora de ônibus.
Bruna: Bem que você poderia deixar a gente ficar por aqui hoje.
Juan: Hoje? Vocês sempre ficam já está virando rotina, mas tudo bem, vocês podem ficar. (Muito amável com um sorriso estampado no rosto).
Alonso: Porra aí valeu mesmo! Esse cara é gente boa por isso que é o meu melhor amigo.
Bruna: É mesmo Juan, você é muito legal. Eu só não entendo porque um cara tão bacana e bonito como você ainda não está namorando?
Juan: Eu apenas não encontrei a garota certa. Não costumo sair ficando com várias garotas, eu sou homem, mas me dou o devido valor.
Alonso: Você está certo, mas comigo não, eu saio pegando geral, parou na minha linha eu atropelo mesmo.
Bruna: Como você é convencido Alonso. (Sorriu).
Juan: Por hoje vocês podem parar, amanhã vamos ensaiar cedo.
Bruna: Mais amanhã é sábado, Juan! E eu tenho que voltar pra casa que minha avó ficou com uma vizinha.
Juan: É sábado, mas como vocês já vão acordar aqui mesmo. (Sorriu).
Cena 005. Mansão Key Miranda à mesa com os pais e a amiga Bárbara:
Miranda: Nossa! Hoje eu estou esgotada (Jogou os cotovelos na mesa).
Micaela: Quer tirar os cotovelos da mesa, garota!
Miranda: Tá bem!
Álvaro: Minha filha amanhã é sábado, mas vou precisar que você entregue um documento lá perto do shopping pra mim. Você faz esse favor pra mim, minha princesa?
Miranda: Faço sim, pai. Mas eu vou com a Bárbara.
Bárbara: Você nem perguntou se eu quero ir (discordou), Mas tudo bem, eu vou. Ah não! Eu vou ter que sair com a minha mãe. Você terá que ir sozinha, ou melhor, chama a Letícia.
Miranda: É então eu vou chamá-la. Eu só não quero ir sozinha para aquelas bandas, dizem que é muito perigoso.
Álvaro e Micaela se levantam:
Álvaro: Eu vou escovar meus dentes e ir pra cama. Boa noite, filha! Eu te amo. Boa noite Bárbara e tomem cuidado amanhã.
Micaela: Boa noite, filha! Mamãe também te ama.
Miranda: Boa noite! Eu também amo muito vocês.
Bárbara: Boa noite senhor e senhora Key. Seus pais são uns amores, Miranda.
Miranda: Só quando estão querendo arrumar namorado rico pra mim. (Sorriu e pôs os cotovelos de volta sobre a mesa).
Bárbara: É mesmo amiga? (Sorriu).
Será que documentos são esses que Álvaro pediu para a filha entregar? (Continua...)